O processo de aquisição da leitura e da escrita na escola se constitui como importante instrumento de acesso à cidadania das crianças da periferia. Muitas vezes, a única oportunidade de transposição de classe social.
Muitas vezes, a fonte privilegiada de informação é a televisão, com conteúdo não selecionado, que atrapalha mais do que ajuda na educação das crianças.
Porém, decifrar o código somente, não basta, precisamos ensinar a ler as entrelinhas, o conteúdo que muitas vezes se encontra oculto nos textos. Uma simples historinha ensina muitas vezes de forma não evidente,valores (inclusive morais), princípios ou conceitos, carregados de preconceitos. A escola precisa estar atenta ao que está lendo para suas crianças. Histórias, músicas e poemas precisam ser analisados do ponto de vista filosófico, psicológico e social antes de irem para as rotinas didáticas, se é que queremos fazer uma educação diferente. Se não puder trocar, pode-se fazer a discussão crítica dos textos, com os alunos.
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Rosa Maria Torres educadora, linguista, jornalista, ativista social e consultora internacional sobre educação, escreveu em seu blog:
http://otra-educacion.blogspot.com.br/2014/12/leer-por-el-gusto-de-leer-la-clave.html
"Não se trata apenas de ensinar e aprender a ler. Este é ler. E ler com facilidade.
"Para ensinar a ler não só tem que saber ler e aprender a ensinar a ler; você tem que ler.
"Para ensinar a escrever não só tem que saber escrever e saber ensinar a escrever; você deve escrever.
Devemos ajudar os pais a compreenderem sua importante tarefa nessa jornada. Mas para isso, é importante também o professor gostar de ler e de escrever, para poder incentivar os pais e os seus alunos nas atividades do processo de aquisição da leitura e da escrita e principalmente, no gosto por fazê-lo.
Fácil?! Não! Para a escola pública da periferia é um grande desafio. Existem também outros fatores que também contribuem para o fracasso dessa competência. Mas aí já seria um outro texto!