segunda-feira, 15 de julho de 2019

CULTURA URGENTE!


    CULTUANDO O ACRE

    Cultura significa cultuar algo, complexo ou conjunto, que inclui o conhecimento da língua, arte, crença, lei, moral e costumes de uma sociedade. Obviamente cada lugar tem sua própria cultura e a cultura acreana é marcada por suas manifestações na culinária, nos hábitos, na hospitalidade e no alto grau de acreanismo, porém vem sendo modificada através dos tempos por incluir valores e aspectos de outras culturas.
   O Acre, cujo nome surgiu de Aquiri, na língua dos índios Apurinãs, "rio dos jacarés", vem lutando para conservar sua cultura, resistindo aos bombardeios culturais da TV e da  internet,  como resultado da globalização. Conhecido nos últimos anos, como uma comunidade que tem sua luta focada na preservação da "Florestania "; afinal de contas o estado possui milhões de hectares de floresta tropical, representando simplesmente parte da maior biodiversidade da terra. Por isso, nosso Acre merece cuidados!
  Refletindo: nada mais é tão destrutivo a um povo do que a morte de sua cultura, o esquecimento de sua origem, o colapso cultural. O que temos no Acre, como prato do dia, é que pouco a pouco a cultura acreana vem se modificando, readaptando-se a outras culturas, que não são nossas. Muito sério e preocupante ver nossos patrimônios  culturais abandonados ou no desuso e ociosidade.
   Que bom seria se pudéssemos resgatar nossa história, valores, sonhos e a forma de viver a vida de antes, para conservar a mente do povo mais saudável e criativa, livre das prisões culturais externas, das amarras do consumismo desenfreado do sistema econômico. Isso seria fundamental para a sobrevivência do nosso acervo cultural e da identidade do acreano ou acriano (com queiram), pois nos tornamos outro povo: robotizado e envolvido num mundo cultural importado que ao longo do tempo  foi se  construindo e recriando  nossa cultura e valores. Qual o melhor Acre para se viver? O de ontem ou o de hoje? E o que o Estado fez/faz para valorizar nossa cultura?
    Sabemos que não podemos voltar atrás, mas é importante fortalecer a literatura acreana, potencializar os trabalhos artísticos, apoiar os agentes culturais. Nesse aspecto podemos cobrar a responsabilidade do poder estatal em gerir políticas públicas: descentralizando recursos e investimentos na área cultural, pois com o esquecimento da cultura caminhamos para um abismo sem fundo, onde breve seremos  "desculturados" e seguidores de quaisquer "música", ordem e servos de qualquer senhor. Ou seja: No nosso corpo vivo habitará uma alma morta!       

Maze Oliver




Pedagoga e Orientadora Educacional formada na UFAC
Membra da Sociedade Literária Acreana (SLA)
Membra fundadora da Federação de Letras e Artes do Estado do Acre (FALA-AC)
Aguardando posse na Academia Acreana de Letras (AAL)
Membra da Academia Internacional de Cultura (RJ)