Finalmente conclui meu sétimo livro
Memórias de Mariana. Você pode ler aqui mesmo no BLOG na página Memórias de Mariana. Procure acima próximo a IMAGEM de CAPA do blog.
Estou muito feliz em poder compartilhar com vocês. O arquivo segue para revisão final e impressão em gráfica. Compartilhei aqui devido a Pandemia!
Aguardo a leitura de vocês e os comentários aqui mesmo no blog! Ansiosa!
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Maze Oliver |
POSFÁCIO DE MEMÓRIAS DE MARIANA
Foi com um misto de receio e surpresa,
quando aceitei o convite da escritora Maze Oliver, na incumbência de escrever o
posfácio de Memórias de Mariana. É como se eu fosse convidada a adentrar,
descalça, sozinha, em um mosteiro, com reverências, pois, trata-se de uma obra
feita com alma, corpo e espírito.
Consigo ouvir o pulsar do coração de
Morgana outrora Mariana como, também, de suas lágrimas. Os pés descalços e
frágeis da menina-personagem a passos firmes e decididos da Mulher que se
tornara a cada situação que a vida vai lhe apresentando. As texturas das
paredes do coração da personagem que, inicialmente, apenas luz e sombra, mas,
depois, cores e mais cores numa intensidade de degradês de sua preferência.
Porque será ela quem vai dar o tom para a sua própria vida! Sua voz ora alegre,
ora tristonha, nos convida a ler as suas aventuras. Suas mãozinhas, miúdas,
afáveis, juntam-se ás nossas no convite para uma história surpreendente até a
fase adulta de uma mulher que vive o seu próprio tempo na pele de Mariana e,
depois, Morgana que significa para algumas fontes, "nascida do mar",
no caso de nossa personagem, ela é nascida na mata, região amazônica, filha de
uma’’ uma cabocla forte’’, "mulher selvagem", “mulher onça’’ ...
Percebemos a candura de menina ao brincar de casinhas com suas latas e a boneca
de pano que a avó costurava para ela como forma de carinho. Ao mesmo tempo “levantando-se
antes de amanhecer o dia para ir à escola com farofas de ovos, de carne, de jabá,
banana frita e bodós em latas de leite secas, essas eram as suas lancheiras!’’,
Sobrando alegria para que se divertir tocando com as pontas do dedo as
plantinhas à beira do caminho. “Maria fecha a porta o teu pai morreu’’ Vamos
nos identificando com a sua luta. Vamos torcendo por ela na vontade de, também,
como ela, desabrochar na vida cheia de sonhos e ilusões. Mulher seringueira,
forte, destemida que não aceita o que lhe é imposto. Vai refletindo, sofrendo
com desilusões, com as diferenças, criando uma consciência que uns vivem em
melhores situações do que outros. Sofre! Sente raiva! Angústia! Ao mesmo tempo,
traçando novos rumos, há de ter uma nova saída! Não é ali que deseja ficar a
nossa personagem. Diante do silencio e da contemplação! Ela deseja conhecer o
mundo e seu dissabores.
A autora faz uso de narrativa onisciente,
com descrições subjetivas e psicológicas. A impressão que temos é de que a
personagem vive em um’’ universo paralelo’’. Ou seja, o que ela vive e o que
realmente gostaria de vivenciar, experimentar. O que esperam dela e, o que
realmente, ela gostaria de ser. O que ela tem e, o que realmente importaria
ter. Para onde tentam levá-la e, para onde, realmente, ela desejaria ir... Em
dado momento, até parece que a personagem é cada uma de nós! Mesmo que seja
tomando um delicioso chá de ervas devido a situação de pandemia vivida pelo
mundo todo neste século XXI! Nos fazemos representadas por Morgana, Poeta da
vida, de amores, conflitos e da liberdade. A diferença é que ela está registrando
(risos), mas, quem sabe, também, nos convidando a também escrever o nosso
diário! O nosso livro! A valorizar os momentos, as pessoas amadas, os pequenos
gestos de gratidão, a ternura e a natureza. Pois, tudo vai passando,
devagarinho, aos nossos olhos, lapidando o coração de nossas memórias...
Fátima Cordeiro
Junho/2020
Escritora, professora e poetisa. Imortal
eleita da Academia Acreana de Letras (AAL) e membro fundadora da Associação Sociedade Literária Acreana (SLA)
Beijokas no coração!